terça-feira, 30 de abril de 2013

Contradições do nosso Mundo


O espírito revolucionário fica mais desperto em vésperas do 1º de Maio. Acentua-se o sentido crítico sobre as injustiças, clama-se contra os seus agentes e sugere-se uma mobilização geral contra este estado de coisas. Aqui, no nosso cantinho e no mundo globalizado. Da origem de todos esses  males está feito o diagnóstico, falta a terapêutica.
A contestação sobe de tom na Europa dividida, nos Estados Islâmicos, nos  Estados Unidos, etc. A simpatia por alguns desses  movimentos transformou-os em  bandeiras poéticas de mudança. Chamaram-lhes primavera,  tal como Praga em 1968...que, convèm recordar,  também  existiu em Portugal: a   primavera marcelista. Iniciava-se, então, um processo capaz de provocar a queda de governos e a desagregação de regimes. Aos evidentes sinais de constestação de hoje, começo a vislumbrar mudanças. Uma necessidade de mudança na qual quero envolver o Bangladesh (e outros tantas sociedades no Mundo). Sofro por  essa gente  que chora os seus mortos caídos sob o poder da ganância do capitalismo internacional e recrimino-me por alimentar essa engrenagem. Isto porque a maioria de nós usa confecções produzidas por estes explorados!!
Diferente conjuntura hoje, mas lançadas estão as sementes de mudança. O vídeo enviado pela L, uma amiga que todos reconhecem como terna e pacífica, trouxe-me estas reflexões. O caso da Islândia, um pequeno Estado que bem pode ter seguidores...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

25 de Abril de 1974 e de hoje

Uma imagem tão distante e tão próxima dessa quinta-feira de Abril de 1974. Horas da rádio que permitiam sonhar com um mundo melhor. Depois vieram outros dias de alegria e de confronto. E ano após ano, cumpria-se a tríade dos "dês": democratizar, descolonizar e desenvolver. 
Viveu-se a esperança de um tempo novo nem sempre isento de contradições e injustiças. A década de 80 acenava com uma nova esperança que se dizia na União Europeia. Entrámos nesse "clube" com toda a pompa e circunstância. Aplausos da maioria, desconfiança de outros, agricultores e pescadores que, então, eram convidados a parar a sua actividade. Da Europa choviam os milhões para aplicar na modernização da economia e, por isso, cresceu o número de empresas de formação profissional. Com esta "modernização" multiplicaram-se os casos de corrupção. O dinheiro escorreu para os luxos desses empresários que, não tendo alterado a estrutura produtiva, engordaram as suas contas bancárias em paraísos fiscais.

Passados 39 anos desse dia de todas as esperanças,  a desilusão não tem limites. Isenta de responsabilidades neste processo está a maioria dos cidadãos que agora pagam os erros de políticos e gestores públicos, de banqueiros e empresários. Cansados pelo peso dos anos, a minha  geração só pode indignar-se. Uma indignação contra os  responsáveis em Portugal e na Europa que tudo prometeram e nada mais sabem oferecer que austeridade. Fartos de palavras, os portugueses descredibilizam os políticos e desprezam as suas propostas vagas e inconsequentes para o desenvolvimento económico. 
Mais do que em 1974, os portugueses vivem hoje em crise de esperança. Existe mesmo um ambiente de afrontamento entre gerações, activos contra reformados, privados contra funcionários públicos. Enfim, uma  situação que este Governo fomentou e alguns media promovem. Que me desculpem, mas esta é a minha imagem do 25 de Abril, hoje.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Cheira bem, cheira a Lisboa




Uma amiga sugeriu-me este vídeo, onde se canta  Lisboa.  É em Bruxelas, onde o Sol não tem a luminosidade da nossa terra... É um caso de ternura que agradecemos!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Medos de outrora, medos de hoje


 Ninguém pode erradicar o terrorismo ou evitar um qualquer acto tresloucado, tal como não se podem evitar os sismos. E a lista das coisas  imprevisíveis que amedrontam o homem poderia continuar. Pensava nisto ao ler as notícias das últimas horas: bombas em Boston, sismo no Irão e nas regiões limítrofes.
O medo ou medos. Por mais sábio, rico e poderoso que seja o homem ou um povo, sempre há-de fraquejar no confronto com as forças da Natureza, doenças e imponderáveis das comunidades. É assim hoje e será sempre. Recordo um estudo muito profundo sobre o medo na Europa Ocidental (1400-1800), de Jean Delumeau. Por aí passam "todos os  medos" que, durante séculos,  amedrontaram os homens.  Por esse tempo a ciência e a técnica estavam longe de dominar o conhecimento actual, daí os contínuos apelos à misericórdia divina, implorando protecção contra os  flagelos da fome,  da peste  e da guerra. E temiam-se também os  "prodígios" e sinais da Natureza:  cometas,  eclipses e outros fenómenos astronómicos que, muitos interpretavam como sendo de mau presságio. Quantos desses  fenómenos, explicáveis hoje, foram tomados como milagreses ou sinais da providência?!
Apesar de tanto progresso, o medo continua a provocar a mesma reacção. Seria bom pensarmos nisso quando um destes eventos acontece. Ontem, hoje, como reagiram as pessoas? Que pensaram ao sentir o impacto dos rebentamentos?  Que atitude tomaram quando o solo tremia, lançando a morte entre escombros? 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sarita Montiel, La Violetera




Sara Montiel faleceu na passada segunda-feira em Madrid. Dela ficam os registos de uma vida que alegrou muitas gerações. Então, num tempo em que eram poucos os divertimentos, a matinée ao fim de semana assumia foros de acontecimento.  La Violetera ficou-me na memória de uma  dessas tardes de cinema: uma Sarita que apregoava ramitos de violetas...
Flores perfumadas que outras violeteras vendiam pelas ruas do Chiado em Lisboa. Estas, as nossas violeteras ficaram imortalizadas num fado Menina das tranças pretas de Vicente de Câmara. Mais uma vez, associamos ideias e com elas a nostalgia de uma época  marcada pela ingenuidade. O passado não tem regresso, mas daria tudo para  voltar a ver os cestos de violetas nas mãos daquelas meninas de tranças pretas!...