sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Coscuvilheira


"Coscuvilheira tipo que se recomenda a todas as sociedades de estatística. Sabe o que se faz num bairro inteiro:o que se come, o que se ganha, o que se gasta. Sabe de amores pretéritos e...já futuros ...e tudo por acaso. Santa gente. "

Rafael Bordalo Pinheiro descreve assim o retrato da coscuvilheira, um tipo social da sua época e de todas as épocas....

Mudam os tempos, muda-se a aparência visual, utilizam-se outros meios, mas o essencial permanece. A comprová-lo a imagem da coscuvilheira dos nossos dias, servindo-se da Internet para descobrir "coisas novas", tudo "por acaso".

Ah! Não pensem que a coscuvilhice é exclusiva do meio feminino. Pelo contrário! Coitadas delas que têm a fama e eles o proveito. Se não acreditam, fiquem atentos e verifiquem como os homens são sempre os primeiros a saber as últimas!... Por que será?!



Nota - O assunto resultou da observação de uma "caricatura-legendada" de Bordalo, patente no Museu Rafael Bordalo Pinheiro em Lisboa que reabriu recentemente. Espaço moderno e com peças bem apresentadas, vale a pena ir ao Campo Grande !

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Luciano Pavarotti


De novo, a música. Desta vez, um intérprete genial: Luciano Pavarotti. A imponência da figura e a dimensão da sua voz ressaltam em todas as actuações. Grande "em corpo e alma", fazia gosto em participar ao lado de "cantores ligeiros". E assim com simplicidade e alegria, Pavarotti contribuía para promover o gosto pela ópera.

Escolhi uma interpretação a duo com Roberto Carlos. A postura humilde e concentrada de ambos transparece numa bela e enternecedora Ave Maria. Por favor, prestem atenção.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

W. A. Mozart



Existem muitas maneiras de regressar ao passado. Bem vistas as coisas, nunca faltam efemérides para assinalar. Hoje, dia 27 de Janeiro, corre o 253º aniversário do nascimento de Mozart.

Lembremos Amadeus. Compositor que passou a correr pela vida (27/1/1756-5/12/1791), o que não impediu a criação de uma obra imensa e prodigiosa. Desde menino viu reconhecido o seu talento: intuição musical, memória, rapidez e eficiência em transmitir para a pauta a centelha divina da criação. Mozart "foi único"!

Trocou a sua cidade natal, Salzburg, por Viena, mas também em Praga recebeu os maiores aplausos em Dom Giovanni e outras obras. Percurso do Músico em três cidades que vale a pena visitar, sentindo o ambiente dos espaços da sua vida pública e privada.

Seguem-se alguns endereços úteis.







O Homem e o Cão

"Andava a passear com o cão, na praia da Luz, na Foz do Douro e esteve quase a afogar-se.(...) Após minutos de aflição, e algumas tentativas frustradas, alguns populares conseguiram retirá-lo da água. Em estado de hipotermia grave, foi transportado para o Hospital de Santo António."

In Jornal de Notícias, 26/01/o9.

Quando os media nos invadem com notícias desagradáveis ou preocupantes, fica o registo de um caso com final feliz. Homenagem à coragem e abnegação daqueles homens que, desprezando o risco, afrontaram o mar para salvar o passeante e o seu cão que, infelizmente, ninguém viu mais.

A "estória", porém, não termina aqui. O referido Jornal e a RTP contam hoje que, depois da passagem pelo Hospital, o homem regressou a casa, onde o seu fiel amigo já o esperava. Uma notícia feliz num dia que poderia ter sido de tragédia!....

Desconheço a raça deste animal, mas quero assinalar a fidelidade do cão, seja um vulgar rafeiro ou um exemplar de raça. É que em todo o cão existe uma imensa fidelidade, orientando-o para a guarda do dono, da sua casa e bens.

Nota: Ninguém duvida que o cão é um animal muito expressivo e sensível. Olhando a foto, que retirei da Internet, percebe-se bem a imensa tristeza de um animal abandonado. Por favor, não abandonem os cães!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Domenico Scarlatti


Maria Bárbara de Bragança, filha de D. João V, casada com Fernando VI de Espanha

Quis o acaso da História e a influência da diplomacia que D. Maria Bárbara viesse a casar com Fernando, o príncipe herdeiro de Espanha, filho de Filipe V. Seria para dizer que "de Espanha nem bom vento vento, nem bom casamento"?
As excepções confirmam a regra. Em termos pessoais, foi um casamento feliz, embora sem filhos. O amor entre os "Régios Esposos" ganhou uma tal dimensão que, depois da morte de D Maria Bárbara em 1758, a prostração de Fernando VI apenas lhe permitiu só mais um ano de vida...

Nascida para reinar, filha de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria, a Princesa recebeu uma educação esmerada. Do seu gosto pela música poderia falar Domenico Scarlatti que, tendo sido seu professor em Lisboa, continuou essa função em Espanha, onde exerceu, desde 1733, o cargo de mestre de capela.

Não há ses em História, mas como exercício mental apetecia-me perguntar como seria a produção do compositor se o destino não o tivesse levado para terras de Espanha, onde se fixou e morreu (1757). Por, agora, fixemo-nos na realidade dos factos, apreciando a música de Scarlatti e a possível influência espanhola. www.lastfm.com.br/music/Domenico+Scarlatti

sábado, 24 de janeiro de 2009

Scannners nos Aeroportos

Segurança a quanto obrigas! É o mínimo que se pode dizer acerca dos sistemas de segurança instalados nos aeroportos e noutros espaços. Como seria de esperar, a moda começou nos Estados Unidos da América, mas também os Países da União Europeia parecem rendidos às novas tecnologias.

Ao que julgo saber, o Reino-Unido e a Holanda já dispõem deste género de equipamento em todos os aeroportos, embora a legislação comunitária não seja ainda bem clara.

Como conciliar a quebra de privacidade com uma apertada segurança? Eis a questão.
Para que conste, transcrevo um extracto publicado na Internet.


"A instalação de visores corporais nos aeroportos, que permitem visualizar qualquer pessoa praticamente nua, põe o Parlamento Europeu em choque com a Comissão Europeia, que dera luz verde àquela inovação. Em causa está a possível violação da intimidade dos passageiros.
A instalação de scanners corporais nos aeroportos da União Europeia põe em causa, segundo uma resolução aprovada ontem no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, os direitos fundamentais dos passageiros aéreos.
A medida proposta pela Comissão Europeia, que consiste na instalação de máquinas que permitem visualizar uma pessoa praticamente nua, atenta, assim, contra "a privacidade, a protecção de dados e a dignidade pessoal", pode ler-se na resolução dos eurodeputados."

Fado da Procura

Depois de uma visita pelo Bairro Alto, não fica mal ouvir um fado.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ciprestes

As condições adversas não impedem o crescimento do cipreste. Árvore de carácter forte e resistente, um prestígio que os homens honraram, tomando-o como símbolo da vida.

Das citações biblícas à representação na arte, o cipreste ocupou sempre um lugar de referência. A pintura do Renascimento retrata-o na proximidade da casa, assinalando o desejo de longevidade, uma expressão que depois haveria de ser transferida para o cemitério: sinal de vida eterna na "casa dos mortos"...

O cipreste não passou despercebido a Van Gogh que também por ele se deixou cativar. Fica a transcrição que retirei de http://www.sabercultural.com/



"Cypresses" pertence ao acervo do Metropolitan Museum of Art, em New York, USA.

Apresentado em 1890 no Salon des Indépendants, em Paris, foi pintado no fim de junho de 1889, pouco depois de Van Gogh ter começado sua reclusão de um ano numa Casa de Saúde em Saint-Rémy (Maio de 1889 a Maio de 1890).

O tema, foi considerado por ele "tão belo de linhas e de proporção como um obelisco egípcio". "Cypresses", junto com "Wheat Field with Cypresses", tinha o propósito de ser parte de uma série de pinturas com ciprestes, que iriam contrastar e equivaler às pinturas de girassóis, que Van Gogh havia pintado anteriormente em Arles. Em "Cypresses" as árvores assemelham-se a chamas; dá a impressão de que toda a pintura está se movendo. A tensão que atinge o artista expressa-se no ritmo convulsionado e febril das pinceladas que transformam árvores em chamas. A consistência da tinta usada dá relevo ao trabalho."

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Bairro Alto

Nesta tarde que fez gazeta à chuva, visita ao "Bairro Alto - capital do Jornalismo Português". Percurso feito de história do Bairro e dos jornais aí impressos e foram muitos!

Conhecer as ruas e construções desta zona que cresceu, assumindo o carácter dos seus moradores: gente do mar, nobres e mercadores, eclesiásticos e outros estratos sociais. Bairro Alto dos palacetes e prédios de rendimento, hoje ocupados por serviços da administração, do comércio e da restauração, da assistência, da cultura e da comunicação.

A Rua da Rosa separa duas áreas distintas do Bairro, partindo de S. Roque até à Rua do Século (antes do Longo). Para trás fica o Jardim de S. Pedro de Alcântara e a vista deslumbrante de Lisboa (da Igreja da Senhora do Monte, da Graça e do Castelo até ao zona da Avenida e dos Restauradores)...

Por aqui caminhámos durante mais de duas horas, procurando vestígios dos jornais de outrora: Mosquito, Século e as suas múltiplas publicações, Diário de Notícias, Diário Popular, Record, Diário de Lisboa, Época, Correio da Manhã, República, Mundo e Bola (o único que por lá se mantém). Passagem pelo tempo que, do final do século XIX ao incício de XXI, atravessou diferentes regimes políticos e de censura.

Tempo de uma visita que nos levou ao passado seiscentista dos Arrábidos de S. Pedro de Alcântara, do Palacete Ludovice, dos Palacetes de Pombal e de Monteiro Paim (conhecido por "Bichinho de Conta") que, em ruínas, encerra uma linda história de amor...

Registando as lápides comemorativas da passagem de personalidades como Oliveira Martins, António Ferro e Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira e Almeida Garrett, chegámos ao Conservatório Nacional. E daí um olhar para o Hospital de S. Luís dos Franceses, outrora palco das tertúlias culturais promovidas pelo 4ºConde da Ericeira e onde Fernando Pessoa faleceu ( 30 de Novembro de 1935).

Visita inesquecível esta que a Monitora dos Serviços Culturais da Câmara nos proporcionou. Apetece voltar. E, por fim, uma nota de nostalgia para recuar aos "anos 60" quando Carlos do Carmo cantava "Estranha forma de Vida" e "Silêncio" em noites de fado no Faia...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama, o Presidente


Obama e Hillary, de rivais a amigos

Finalmente, o Dia D na História dos Estados Unidos da América: o primeiro afro-americano na Presidência!...

Motivos inadiáveis impediram-me de acompanhar a cerimónia, mas retive o essencial do discurso de Obama, o Presidente que corporiza grandes esperanças para o futuro dos Estados Unidos e do Mundo.

Discurso bem pensado, feito de palavras simples e sentidas. A crise e as suas causas, os desafios da recuperação, os valores da nação de ontem e de hoje, a multiculturalidade do povo americano, a liberdade e os direitos humanos, a erradicação da pobreza no mundo, a questão do ambiente e a aposta nas novas energias, o apaziguamento nas relações internacionais ... e tantas outras ideias.

Os comentadores políticos divergem, mas a maioria aplaude. Elogia-se a forma pragmática, o apelo ao patriotismo, a tónica posta no respeito pelos direitos humanos e a referência à retirada das tropas americanas do Iraque e ainda aos esforços para a paz no mundo. Tudo isso e muito mais, tal como outros hão-de escrever.

Por mim, registei uma frase passada em rodapé no televisor: "Todos merecem uma oportunidade para atingir a felicidade". Em tempo de crise, compreende-se bem o sentido. No entanto, vislumbra-se aqui algo do conservadorismo americano. Será que recuámos ao século XVIII e à larga utilização do conceito de felicidade que, por esse tempo, se identificava com progresso?...

A felicidade, sendo subjectiva, ultrapassa os sinais do progresso material. Ao admitir que toda a proclamação de mudança tem os seus limites, então, será fácil perceber a continuidade de certos traços de conservadorismo. Obama reconhece-o, aos americanos resta aceitar.


Va Pensiero


Va Pensiero, ópera Nabucco de G. Verdi (1842).

Va', pensiero, sull'ali dorate.

Va', ti posa sui clivi, sui coll,

ove olezzano tepide e molli

l'aure dolci del suolo natal!

Del Giordano le rive saluta,

di Sionne le torri atterrate.

O mia Patria, sì bella e perduta!

O membranza sì cara e fatal!

Arpa d'or dei fatidici vati,

perché muta dal salice pendi?

Le memorie del petto riaccendi,

ci favella del tempo che fu!

O simile di Solima ai fati

,traggi un suono di crudo lamento;

o t'ispiri il Signore un concento

che ne infonda al patire virtù

che ne infonda al patire virtù

al patire virtù!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Zimbabwe em crise


Será possível que alguém desconheça a crise em que vivem os habitantes do Zimbabwé? País amordaçado pela ditadura de um presidente que se eterniza no poder, desrespeitando todas as regras da democracia?

Na antiga colónia britânica, hoje dominada por Robert Mugabe, impera a brutalidade policial e a corrupção, a economia entrou em colapso, a moeda desvaloriza-se numa vertigem ininterrupta, enquanto os preços dos produtos básicos sobem em espiral.

E porque o humor resiste a toda a violência ainda havia quem parodiasse os "Bilionários esfomeados", como retrata a imagem: uma situação resultante dessa engenharia feita de desvalorização da moeda-inflação. Mas hoje com o agravamento da crise, poucos serão os que ainda ousam tais demonstrações de ironia. A doença grassa no País, onde a cólera já matou mais de 2000 pessoas e a falta de medicamentos faz dos hospitais um lugar onde o atendimento médico perdeu sentido.
A incapacidade dos médicos torna-se absoluta. Por falta de anestésicos não se realizam cirurgias e as comuns patologias ficam por debelar, só as morgues funcionam. Crise humanitária que a OMS procura resolver, embora de forma insuficiente. Além disso, multiplicam-se obstáculos: as chuvas, a rede de distribuição e a inércia dos serviços administrativos.

Entretanto, que faz o Presidente do Zimbabwe?
"Mugabe marcou um mês de férias na Malásia, para onde mandou a mulher, os quatro filhos e 70 mil euros. Enquanto faz o seu check-up de rotina, adia o consenso com o MDC e a formação do futuro governo para finais de Fevereiro. O Zimbabwe ficou entregue a oito novos ministros que o presidente nomeou para substitui dez outros que não conseguiram manter o lugar no Parlamento após as eleições. O jornal "The Zimbabwe Times" escreveu no dia 8: Mugabe está de férias há 29 anos. "


Portugal e as Crianças


Alegrem-se os portugueses! A boa notícia chegou por estes dias. Portugal está entre os países com menor taxa de mortalidade infantil.

Quando tudo parece correr mal, algo acontece para nos dar ânimo. Num ranking de 173 países, Portugal conta com uma permilagem de quatro (4 mortes em cada mil crianças, notem bem!), ao lado da Alemanha, Espanha, França e Noruega.

Por uma vez, orgulhemo-nos deste honroso 5º lugar! Ultrapassando países ricos e bem mais desenvolvidos, fica o desejo de ver melhorar outros indicadores de desenvolvimento humano.

Para que conste, registe-se o último lugar da Serra Leoa que conta 262 mortes em cada mil crianças até aos cinco anos. Pobres crianças que nascem e crescem para sofrer com os erros dos homens!


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Acidente vira Milagre



Duas imagens de um fim feliz, o acidente do Airbus em Hudson River

O inesperado aconteceu ontem às portas de Nova Iorque. Um avião, acabado de descolar, foi forçado a descer e, cinco minutos depois conseguiu amarar nas águas geladas do Rio Hudson.

Um caso que poderia ter acabado em tragédia. Esse foi o meu receio quando deparei com as imagens em directo, um pensamento idêntico ao de milhões de pessoas que, por essa hora viam televisão. Momentos em que rezámos sem fórmulas, só um pensamento para Deus... e talvez por isso, o milagre!

Racionalmente, tudo pode explicar-se. Primeiro, o acaso feliz de uma conjunção de factores: a presença "daquele piloto" experimentado e decidido no momento, o local do acidente, a hora do dia, os meios de socorro....e mais não sei quantas razões!

Sobretudo, a experiência e sangue-frio do piloto que, nessa ocasião, corporizava a mão de Deus a quem os ocupantes apelavam! Esse piloto-herói, cujo retrato correu mundo... e que, se calhar, todos gostaríamos de ouvir, relatando os acontecimentos ...


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Casar com um Muçulmano?


As últimas declarações de D. José Policarpo acerca dos "sarilhos" emergentes do casamento de portuguesas com muçulmanos poderiam gerar alguma polémica.

Afinal, prevaleceu o bom senso e o assunto caíu, como se comprova por esta opinião.


"O Cardeal Patriarca «está a dizer a verdade, está a falar da realidade, de mulheres, de casos concretos. E é preciso coragem para dizer esta verdade incómoda». Mário Bota, especialista em Ciência das Religiões, faz questão de sublinhar que não é católico, para logo a seguir frisar que «temos de abandonar o olhar teórico e perceber que, na prática, D. José Policarpo tem razão».

Este especialista em ciência das religiões diz desconhecer casos de intolerância em Portugal, mas, afirma, «quem viajou um bocadinho conhece casos muito dramáticos, eu conheço alguns em França. E também não podemos fechar os olhos ao que se passa lá fora, ainda há dez meses foram fuziladas várias mulheres na Palestina, pelo Hamas».

É de França, no entanto, onde vivem milhões de muçulmanos, que Mário Botas traz algumas exemplos que ilustram as declarações do Cardeal Patriarca: «Há muitos casos de jovens que casaram com argelinos e marroquinos e tivera muita dificuldade em continuar a exercer a sua fé e quando conseguem, os seu filhos não podem ter essa religião».

O pior é quando as mulheres deixam a Europa, mesmo quando vão para países onde o fundamentalismo é proibido. Mário Botas recorda uma «senhora que casou com um tunisino e que depois teve de fugir e de contratar pessoas para irem buscar os seus filhos».

A comunidade muçulmana em Portugal, diz Mário Botas, «é tolerante», mas o Mali e o Senegal «também são um exemplo de tolerância e conheci uma francesa que casou com um homem do Mali e a tolerância acabou no dia em que o marido casou com outra e a pôs fora de casa com os filhos, sem nada. Andou 25 quilómetros a pé com um bebé de seis meses ao colo até ao consulado francês. "


In Diário Digital, 14 de Janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Proteccionismo?

Maçã de Alcobaça

Na sequência da recessão, tudo é possível: falências, liberalismo mais ou menos mitigado ou retorno ao proteccionismo.

Normalmente as políticas proteccionistas acontecem em momentos de crise. Será assim neste tempo de globalização? Não sendo economista, recorro à opinião de um especialista.


"De resto, o que esta crise também tem demonstrado é a falência da política monetária como nos habituámos a entendê-la. Os Estados hoje estão confinados a uma política orçamental, cada vez maios anémica e, até ver, pouco eficaz. Claro que ainda falta testar o proteccionismo, de que já existem uns primeiros vislumbres."

J. M. Brandão de Brito, in Expresso, Economia, 10 de Janeiro 2009.


sábado, 10 de janeiro de 2009

Emoções e Coração

Nada mais consensual que falar de saúde. Os media sabem disso e tratam o assunto das formas mais diversas. Ainda há pouco falei sobre as perturbações do sono e as emoções, pois não é que "sou forçada" a voltar ao tema?

Desta vez, trata-se de avaliar as consequências das emoções para a saúde. Um enfoque global que os especialistas nos explicam com clareza. Vale a pena ler e meditar.


"Um artigo publicado há um ano no "Journal of the American College of Cardiology" revelou que a exposição crónica à ansiedade e a outros sentimentos a ela associados, como o medo, aumenta entre 30 a 40 por cento a hipótese de um indivíduo sofrer de enfarte. O resultado não é propriamente uma novidade. Estudos anteriores haviam já demonstrado a maior propensão a desenvolver doenças cardíacas, principalmente o enfarte do miocárdio nas pessoas coma chamada personalidade do Tipo A, isto é, com tendência para a competitividade, falta de tempo, envolvimento em múltiplas funções, ansiedade excessiva, incapacidade de relaxar, ambição desmesurada, entre outras características. (...)

Mais gravosa pode ser a presença concomitante da depressão e da ansiedade, um cocktail explosivo para o coração segundo uma investigação conduzida na Universidade de Montreal, no Canadá. (...) aqueles que se apresentavam simultaneamente ansiosos e depressivos tinham o dobro de probabilidade de sofrer de um novo enfarte. A mesma probabilidade afecta os pacientes que conjugam a depressão com sentimentos de hostilidade, uma associação que aumenta a produção de uma substância inflamatória, a interleucina-6 e a proteina C-reactiva. Estas são responsáveis pela protecção do organismo nas situações de stress, mas, segundo os autores do estudo, podem, em excesso, favorecer a a inflamação aguda, facilitando assim o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.(...)

A comprovação da influência da saúde mental na saúde cardiovascular tem reforçado a pretensão de um número crescente de especialistas de incluir a depressão e a ansiedade na lista de factores de risco das doenças cardiovasculares, ao lado do sedentarismo, da hipertensão ou do colesterol, por exemplo. (...)

A boa notícia é que da mesma forma que as más emoções e os maus sentimentos podem afectar a saúde cardiovascular, as boas emoções favorecem-na. (...) "As emoções positivas levam à libertação de uma série de substâncias com efeitos a diversos níveis e que contribuem para o bom funcionamento do organismo, reduzindo, por exemplo, o risco de infecções e cancros, por melhoria da actividade do sistema imunitário", revela Pedro Monteiro. (...)

Afinal, cérebro e coração não podem viver dissociados. Ao cuidar de um, estará a cuidar do outro."

Nelson Marques, Coração Partido in Unica, 10 de Janeiro de 2009.

C´est si bon


Passeando pelo Jardim do Palácio das Laranjeiras, sente-se a música de outros tempos...
Escolhi os "anos sessenta" e C´est si bon!

C´est si bon,
De partir n'importe où,
Bras dessus bras dessous,
En chantant des chansons,

C'est si bon,
De se dire des mots doux,
De petit rien du tout,
Mais qui en disent long.

En voyant notre mine ravie
Les passants dans la rue, nous envient

C'est si bon,
De guetter dans ses yeux
Un espoir merveilleux
Qui donne le frisson
C'est si bon
Cette petite sensation
ça vaut mieux qu'un million
C'est tellement tellement bon

Hum, c'est bon
Voilà c'est bon
Les passants dans la rue
Bras dessus bras dessous
En chantant des chansons
Quel espoir merveilleux

Hum, c'est bon
Je cherche un millionnaire
Avec des grands "Cadillac car"~
"Mink coats"
Des bijoux
Jusqu'au cou, tu sais

Hum, c'est bon
Cette petite sensation
Ou peut-être quelqu'un avec un petit yacht, non ?
Ah C'est bon
C'est bon, C'est bon
Vous savez bien que j'attends quelqu'un
qui pourrait m'apporter beaucoup de lutte(?)
(is it an englishword, I don't know, if she said "lutte" (french : fight,struggle).

Ce soir, demain, la semaine prochain(e)
N'importe quand
Hum, c'est bon
C'est bon
Il sera très crazy, non ?
Voilà, c'est tellement bon !

Louis Armstrong





C´est si bon, interpretação de Louis Armstrong.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Medicina das emoções

Benefícios do exercício físico

Quando as emoções impõem a sua força avassaladora, não há paz nem descanso. E se o repouso escasseia, logo o nosso bem-estar se ressente.

Atribuímos às emoções o estado de insónia ou as perturbações do sono que todos já sentimos, pelo menos, uma vez, porque de emoções vivemos. Tristeza, preocupação, angústia, frustração, ansiedade...e tantas, tantas outras.

Das mezinhas caseiras dos nossos avós ao acompanhamento psicológico, passando pelos narcóticos, antidepressivos e medicamentos do género... tudo meios que continuamos a utilizar, sem esquecer a prática da actividade física. Esta combate os desregramento das emoções como o gráfico, repescado da Internet, procura demonstrar em valores percentuais!...

Multiplicam-se receitas por esse mundo fora. Por agora só mais uma: a medicina das emoções. O "remédio", actualmente em moda em Bruxelas, vende-se na farmácia e consiste num CD que associa música e palavras relaxantes, transformando as ondas sonoras num indutor do sono. O "tratamento" pode associar também ondas luminosas que, emitidas em ambiente repousante, suscitam o adormecimento do paciente...

Uma prática que, em minha opinião, não parece grande novidade. Diria antes, uma prova do senso comum. Quem não reconhece o efeito apaziguador de uma boa música? E a tranquilidade que pode inspirar uma canção ? Finalmente, nada mais conveniente para dormir que um ambiente escurecido... então, não será, por isso, que dormimos mais no Inverno?

Adolf Merckle



Adolf Meckle, um nome quase desconhecido do grande público, chegou ontem à primeira página dos noticiários. Empresário de sucesso e senhor de uma fortuna invejável, este milionário criou um "império", mas acabou vítima do sistema capitalista que, durante toda a vida, soube gerir e aproveitar.

Desta vez, a crise trocou-lhe as voltas. Perdeu e reagiu da pior maneira, ao optar pelo suicídio, a via escolhida por muitos empresários do princípio do século XX e da década de 1930. Aconteceu na véspera do Dia de Reis. Marcas da crise que, em duas semanas, vitimou dois homens de sucesso, o primeiro dos quais em Nova Iorque por nada poder fazer para contrariar o escândalo Maloff.

O Jornal de Negócios explica o que correu mal a Merckle, um artigo que, evidentemente, precedeu o trágico fim do multimilionário.


O multimilionário que perdeu tudo

Adolf Merkle, 72 anos, membro de uma das famílias mais ricas da Alemanha está à beira da falência por ter apostado, é o termo, na queda das acções da VW. Perdeu.

Em dois dias, em finais de Outubro, as acções da VW passaram de cerca de 200 euros para 900 euros, na sequência do anúncio da Porsche sobre a sua participação na VW. E Adolf, que como muitos outros estavam nesta aposta ("curtos" em VW) à espera de comprar a um preço mais baixo para pagar acções emprestadas, perdeu milhões.

Merckle precisa agora que a banca lhe empreste entre 600 a mil milhões de euros (o empréstimo da banca ao BPP foi de 400 milhões de euros em Portugal). E a banca não parece disponível para isso.

A história ainda não chegou ao fim. O multimilionário está a exigir à banca uma solução até hoje, caso contrário ameaça falência, mas os banqueiros já lhe disseram que não está em condições de fazer ameaças. A táctica parece ser a de ser considerado "demasiado grande para falir" como está a acontecer com alguns bancos."


Nota: A história pessoal de Mercke terminou. Contava 74 e não 72 anos, como refere o artigo. Deixa quatro filhos...que hão-de continuar os próximos capítulos de uma "história" que ninguém sabe ainda como vai acabar!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Dia de Reis

Em Dia de Reis, uma representação da efeméride, pintura portuguesa, Museu do Mosteiro de Jesus, Aveiro.

Adoração dos Magos

A original Adoração dos Reis Magos, Vasco Fernanades (Grão Vasco), Museu Grão-Vasco, Viseu.


domingo, 4 de janeiro de 2009

A Mentira

Todos conhecem o Pinoquio, o menino que via crescer o nariz sempre que faltava à verdade. Ora, se tal fosse possível, vivíamos num mundo de narigudos!

O assunto ocorre na sequência de um artigo da Única de ontem, "A verdade da mentira". Mentir constitui prática comum a que ninguém escapa: grandes mentiras, outras assim, assim e ainda as mentirolas. Para todas elas apontam-se motivos vários...
A verdade mesmo reside no facto da mentira ser aceite pela sociedade. Encurtando razões, transcrevo um extracto desse artigo. Para ler e pensar...


"Somos maus a detectar mentiras"

David Smith, psiquiatra, autor de "Por que Mentimos" (ed. brasileira)

Por que mentimos? Os mentirosos habilidosos são frequentemente mais bem sucedidos na vida do que aqueles que mentem menos ou com menos eficácia. Os que são capazes de mentir melhor são geralmente mais populares, têm melhores empregos e mais sucesso com o sexo oposto. Isto acontece porque são capazes de manipular as percepções dos outros sobre si.

Há quem se queixe de que a honestidade não faz muitos amigos. Porquê? A vida social assenta em grande parte na mentira e no engano. Um pessoa honesta é, assim mais facilmente marginalizada. Se as pessoas fossem completamente honestas, a sociedade humana acabaria. Imagine como seria o mundo se todos disséssemos o que estamos a pensar.

Como podemos detectar que uma pessoa está a mentir? Em geral, somos muito maus a detectar mentiras. A melhor forma de fazê-lo é ignorar o que a pessoa está a dizer e focarmo-nos nos sinais não verbais: o seu movimento e o tom da voz. Somos, contudo, melhores a detectar mentiras inconscientemente, do que tentamos fazê-lo com consciência. Devemos, por isso, confiar na nossa intuição. "

Revista Única, 3 de Janeiro de 2009.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Novo Ano, Doze Meses...

Na passagem para o Ano Novo, a antevisão de doze meses... de um tempo que vai passar depressa. Votos de Bom Ano. Aproveitemo-lo bem, porque os "dias felizes passam sempre demasiado depressa".
A letra de uma canção francesa (1946 ) serve de tema de reflexão acerca da passagem do tempo. Doze meses, cada um deles com significado específico que resulta das nossas vivências...

Chanson - paroles et musique - de Roland Lebrun

Paroles :

Encore une autre année qui se termine
Chacun de nous lui fait tout ses adieux
Pour disparaître on la voit qui s'incline
Elle semble dire enfant soyez heureux
Un an nouveau déjà a pris ma place
Embrassez-le avec beaucoup d'amour
Ce temps joyeux toujours trop vite passe
Car lui aussi disparaîtra un jour
Ainsi s'en vont les années de la vie
En nous laissant toujours un souvenir
De nous quitter elle nous semble meurtrie
Car jamais elle ne pourra revenir

Douze autre mois passerons sur le monde
Janvier était le mois le plus rigoureux
Février est long comme une seconde
Mars avril mai juin pour les amoureux
Juillet août septembre octobre et novembre
Sont la deuxième partie de l'année
Passons enfin au beau mois de décembre
C'est avec lui qu'un dieu nous est donné
Faits de tout coeur qu'à chacun je présente
Mes meilleurs voeux de bonheur et de santé
Que cette année soit des plus éclatante
Qu'elle vous apporte la prospérité

Ano Novo

Finalmente, o Ano Novo que o "velho" não deixou saudades...
A vida não muda, porque a folha do calendário dita outro mês e ano. Toda a gente sabe, mas continuamos a sentir a passagem do 31 de Dezembro como um acontecimento prenunciador de coisas boas, pelo menos é esse o voto formulado.

Infelizmente a realidade nem sempre corresponde aos nossos desejos. Era nisto que pensava esta manhã quando saía de casa, recapitulando os 12 meses anteriores e as pessoas que partiram. O A. M. na força pujante da vida e no optimismo dos seus 40 anos, o Domingos que faleceu lenta e suavemente, a Margarida, vítima de Alzheimer, sucumbiu quase de repente, o F. R. na sequência de um cancro no pâncreas, o L. G., arrastando o sofrimento de uma doença prolongada e a C. que, de modo inesperado, nos deixou de luto...

Dizem os supersticiosos que a culpa foi do ano bissexto que, por norma, só traz desgraças. Não acredito, já que para 2009 também não se augura nada de muito bom. Face a tais expectativas, aconselha-se moderação nos desejos. É isso que costumo fazer, exigindo menos para que o essencial aconteça...na minha vida e na dos outros!

Receita de Ano Novo




Seguindo o Poeta, busquemos a realização de um "Ano Novo".