segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Guerra, outra vez?


Um mapa centrado na antiga Palestina, um espaço considerado sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, embora isso não invalide confrontos e guerras.

O fim da II Guerra Mundial e a decisão da ONU em criar o Estado de Israel não esmoreceu rivalidades, antes agudizou tensões entre palestinianos e israelitas. Desde o final da década de 1940 aos nossos dias, perdeu-se o conto a actos de terrorismo e guerras que, todavia, extravasam a mera conflitualidade entre as partes da região. Conflitos que resultam do prolongamento de rivalidades gerais, primeiro das super potências em guerra fria e ainda do confronto entre o mundo muçulmano e o Ocidente.

Uma onda de radicalismo extremo varre o nosso mundo e, sem entrar no debate de "choque de civilizações", pergunta-se como é possível assistir ao fracasso de tantos planos de paz e acordos para o Médio Oriente? Como entender a existência de tantos mortos inocentes e a acção meritória de tantos políticos, alguns dos quais pagaram com o sacrifício da própria vida ?...

Pensava em tudo isto neste final de ano, quando a guerra voltou, de novo, à Faixa de Gaza. Não será mesmo possível o entendimento na região? Alguém pensa no sacrifício das populações inocentes? Qual a reacção internacional?

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Maloff, D.Branca e afins

A imagem ganhou visibilidade a nível global: Bernard Mallof, um dinossauro de Wall Street que, desde a década de 1960, criou e dirigiu uma complexa organização de investimentos num processo "em pirâmide" que os estudiosos chamam esquema Ponzi.

Nada mais simples. Prometendo juros muito acima do mercado de capitais, foi atraindo novos investidores e com estas entradas de dinheiro pagava pontualmente aos antigos investidores num processo contínuo e que parecia não ter fim. Durante muito tempo, o esquema funcionou para satisfação de todos os que tinham auferido boas taxas de rendibilidade... até que há poucos dias o escândalo rebentou...

Em Portugal já tivemos a D. Branca na década de 1980, um caso muito falado que até deu origem a uma telenovela. Tudo à nossa dimensão, nada comparável a esta mega fraude, um negócio de muitos biliões com repercussão global. Em toda a parte, milionários, príncipes, banqueiros e instituições de solidariedade confiaram nesses apetecíveis investimentos. Porquê?

As notícias sugerem a personalidade de Madoff: afável, respeitável e de fino trato captava a simpatia de personalidades da alta roda que, por seu turno, traziam outros amigos. Foi-se formando uma espécie de "clube privado" das elites mundiais que, sem perceber nada acerca da engrenagem da organização, continuava a investir.

No entanto, sabe-se que já há muito circulavam boatos acerca de Madoff. As suspeitas chegaram mesmo a traduzir-se em démarches dos serviços da supervisão da Bolsa de Nova Iorque, mas sem resultados conclusivos.

Observando o que se passa com Madoff, fui levada a pensar em Portugal e na similitude de estratégias e comportamentos. Já ouvi falar num "Madoff português" e vejo também a revolta dos investidores contra os banqueiros...

Afinal, copia-se tudo. O modelo americano sempre teve muita força!...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro

Conhecem o Zé Povinho?
Personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro que, desde 1875, tem servido como instrumento de crítica social e política. Contribuiu para a queda da Monarquia, atravessou a República, os anos do Estado Novo, o 25 de Abril e os nossos dias...

A imagem de homem "paciente, crédulo, submisso, manso, apático, indiferente, abulico, e solitário" manifesta também uma esperteza e ironias surpreendentes. Retratado em diversas poses e e materiais, o Zé Povinho casa bem com a Maria Paciência, a companheira perfeita...

Estas figuras do " património público" e muitas outras ficarão para sempre associados às Caldas da Rainha e à Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro, um lugar quase obrigatório no roteiro cultural, após a visita aos Museus do Parque. Pois, a Fábrica corre o risco de fechar portas. Notícia que passaria despercebida nos nossos dias, caso não fosse esta a última fábrica do ramo existente na cidade.

Será que que se esgotaram todos os meios para salvar a Bordalo Pinheiro? Se não, resta-nos admirar as peças existentes em Museus e na nossa casa. Para conhecer e preservar a memória ocorreu, em 2005, uma exposição comemorativa que o Jornal Oeste noticiou.

“Rafael Bordalo Pinheiro e a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884-1905) ” é o título da exposição que vai inaugurar no Museu de Cerâmica, em Caldas da Rainha, no próximo dia 2 de Julho, pelas 16.30 h, e se integra no Programa das Comemorações do Primeiro Centenário da Morte de Rafael Bordalo Pinheiro (21 de Janeiro de 1846 - 23 de Janeiro de 1905).

A mostra, que estará patente ao público até final de Outubro, refere o projecto da Faianças da Fábrica desde a sua criação, em 1884, até à sua falência, em 1905, e aborda, através de vários painéis com fotografias, equipamentos e peças, os principais aspectos da vida da Fábrica: recriando os espaços físicos, funcionamento, operariado, maquinaria e a produção cerâmica artística, comum e de materiais de construção.

A génese da Fábrica data de 1883, ano em foi apresentado um projecto industrial cerâmico de grande envergadura para as Caldas da Rainha, baseado na introdução de novas tecnologias, próprias da revolução industrial e na adopção de um modelo de financiamento (subscrição pública de acções) e de gestão (gestão separada da propriedade) modernos.

Os estatutos da empresa Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foram registados em Junho de 1884, em Lisboa, onde a empresa teria a sua sede social. A direcção económica e organizativa foi atribuída a Feliciano Bordalo Pinheiro e a direcção técnico-artística a Rafael Bordalo Pinheiro o qual desenvolveu uma produção cerâmica admirável que o consagrou definitivamente e elevou a cerâmica caldense a um lugar de destaque no panorama nacional e internacional."


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Corre Caballito




Canção popular da Venezuela para saudar o nascimento do Menino Jesus.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Menino Jesus e o Poeta




Maria Bethânia, interpretando Menino Jesus, um retrato criado pela imaginação poética de Fernando Pessoa.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Passar pela Escola


Almoço de Natal da Escola, encontro de confraternização entre professores e funcionários (incluindo os já aposentados) que, por tradição, é também o momento de homenagear os "novos aposentados". E este ano foi elevado o número dos que requereram a aposentação...

Cerimónia particularmente tocante pelos fortes aplausos de velhos e novos que assim se despediam de professores que, desde há muitos anos, se habituaram a ter como amigos. Emoção contida, mal disfarçada pelas palmas ou por um ou outro dito de "vê lá se choras"...o certo é que as lágrimas afloravam.

Passei pela escola, andei na escola... expressões usados por alunos e professores que encerram muitas recordações. Só que o verbo "passar" envolve conotações de diferentes graus: passagem casual e rápida ou prolongada e intensa. Nisso reside a diferença. Por esta Escola passei vinte cinco anos, mais ou menos um terço da vida, que me marcaram indelevelmente. Gerações de alunos, colegas e funcionários, momentos bons e outros menos agradáveis ...a lembrança de um tempo pessoal e da História.

E daí a comoção nesta tarde, na "hora da despedida" daqueles com quem convivi tantos anos. Mas não vão faltar "encontros", a começar no Clube de Leitura e na Associação. Estamos todos convidados!

Quer viver mais dez anos?


A felicidade é um bem precioso que todos queremos conquistar, guardar e, se possível, aumentar. Bem particularmente lembrado por este tempo, quando tanta gente nos deseja "boas festas de Natal e Ano Novo"...

Sendo a felicidade um conceito relativo, manda a objectividade que olhemos à nossa volta, e aí as nossas "pequenas coisas" deixam de fazer sentido. Esta é a minha regra de vida que, devo dizer, procuro seguir à risca.

Por coincidência, recebi uma mensagem que, partindo de diferentes situações de pobreza e solidão no mundo, apela à nossa condição de "pessoas felizes". Aceitemos, pois, as nossas limitações e viva a felicidade!

Para consolo de todos, anuncio que esse é o primeiro passo da longevidade. Se não acreditam, vejam a "receita" que encontrei num jornal diário.



Eis a ciência da felicidade

Quem a segue diz que dez anos a mais de vida estão garantidos. Trata-se da ciência da felicidade, uma maneira de estar que pretende atirar para trás das costas tudo o que é energia negativa. Os adeptos desta filosofia dizem que os ingredientes são apenas três: ter alegria, generosidade e capacidade de perdão .


24 horas, 18 de Dezembro 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sinalética curiosa


Ao consultar o blog de José Milhazes, grande especialista do "mundo ex-soviético", encontrei esta fotografia de sua autoria. Sinal que, não sendo de trânsito, é destinado aos transeuntes numa estação ferroviária de Tallin, capital da Estónia.

Sinal afixado, em lugar discreto, mas que não deve escapar à vigilância das autoridades a quem cabe aplicar a multa de 10 000 coroas estónias (cerca de 666 euros) a todo o prevaricador. Pesado castigo...

Não deixa de ser espantoso como isto ainda acontece nos nossos dias! Talvez, vestígios de outros tempos na URSS, onde escasseava tudo até o papel higiénico nas casas de banho do hotel. Experiência vivida em 1984, ainda será assim?


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

António Lobo Antunes


Sempre admirei o génio criativo dos artistas: pintores, escultores, músicos, escritores...
Mas ser original não é coisa fácil, requer imaginação, trabalho e muita persistência. Às vezes, acabada uma obra, sente-se a exaustão e angústia ...face à obrigação de continuar a produzir.

Entendo bem o que isso representa para um actor ou um escritor. Para o primeiro é o corte com uma personagem que, durante muito tempo (dias, meses ou até anos), corporizou no palco e, quantas vezes, diariamente o acompanhou. No segundo caso, acontece algo semelhante com a libertação da obra do seu criador que concebeu seres de corpo e alma que viveram uma trama onde as virtudes se misturaram com os vícios. Mas publicado, o livro escapou da mão do autor, pertence ao mundo.

E é, então, o momento do vazio do escritor, angustiado pela necessidade de produzir mais... será ilimitada a criatividade?

Poucos autores gostam tanto de falar do seu ofício como António Lobo Antunes. Da necessidade de escrever e das angústias e penas desse trabalho, mesmo que, para ele, a fonte da inspiração ainda não tenha secado. É um extracto desse misto de desabafo-confissão que transcrevo.



"Hoje, dia um de Novembro de dois mil e oito, sábado às treze e dez, acabei a primeira versão do livro, o que sifgnifica que falta escrever tudo não mencionando o trabalho de corte e costura e o frete do professor de Português a corrigir um teste que não lhe agrada até ficar em paz com ele. Depois batem no computador, emendo, volta ao computador, torno a emendar e andamos meses nisto. Ao achar-me contente com o material emendo mais, ao achar-me muito contente emendo ainda, ao achar-me feliz desconfio, ao achar que consegui aquilo que pretendia segue para a máquina e publica-se. A partir desse momento deixa de pertencer-me e começo a esquecê-lo. Ao esquecê-lo de todo principia a longa espera do livro seguinte: virá, não virá? Até agora tem vindo. O medo que não venha, o pavor de haver secado. Rapei o fundo à panela, acabou-se. E a pergunta angustiante: no caso de se ter acabado o que será de mim? Como viver com estas vozes, esta necessidade estranha que desde os sete ou oito anos é a minha razão e o meu sentido? Nunca pensei publicar, aconteceu por acaso, o que me interessava era escrever. (...).


António Lobo Antunes, Crónica com um sorriso no fim in Visão, 4 Dezembro 2008.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Margaridas

Para todas as ocasiões, uma margarida! Flor simples que se multiplica em diferentes espécies e cores, a margarida parece insignificante se comparada com a rosa, mas isso é puro engano. Na verdade, sobressai sempre entre as suas "primas" no jardim e, por isso toda a gente gosta da sua companhia na mesa de trabalho ou na jarra da sala.

Sendo também nome de mulher, quis o acaso que todas as Margaridas minhas conhecidas entrassem nesta descrição. Personalidades fortes e discretas que, no entanto, se afirmam em qualquer lugar. Conto três Amigas com esse nome (quatro até Junho passado), todas diferentes e, ao mesmo tempo, tão parecidas. Sei que posso sempre contar com elas em todos os momentos e isso conforta-me!

Pensava nisto quando saía para comprar um ramo de margaridas para uma Margarida, um pequeno mimo para a Guida que acaba de ser operada ao ombro esquerdo. Uma estúpida queda na rua que muito a tem feito sofrer desde há dois meses, ainda que ela venha suportando tudo com paciência...
Só que, desta vez, não havia margaridas frescas. A opção foram uns bombons, deixando as flores para a próxima visita!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Adeste Fideles


Por esta época a música invade o nosso dia a dia, lembrando que é Natal. E entre tantas e tão diversas canções, será sempre difícil escolher a mais bela.

Apesar disso, avanço um nome, Adeste Fideles: uma canção, cuja origem não deixa de ser polémica. Deixo o resultado da pesquisa e, por fim, a transcrição da letra.


"Em relação à autoria da letra e música de "Adeste Fidelis" sempre existiu uma grande controvérsia, sendo atribuída a portugueses, ingleses, franceses, alemães, entre outros. Todos tentam demonstrar através dos poucos factos que existem que o autor da música pertencia ao seu país. Os ingleses, por exemplo, consideram que a "Adeste Fidelis" pertence a John F. Wade, tanto a letra como a música.
Sabe-se que esta música foi cantada na embaixada portuguesa em Londres em 1797.
Muitos consideram que "Adeste Fidelis" é da autoria do rei português D. João IV.

O sucesso da música, fez com que surgissem várias versões desta, em diversas línguas. Entre essas contam-se "O come all ye faithfull", de origem inglesa".


Adeste Fideles
Laeti triumphantes
Venite, venite in Bethlehem
Natum videte
Regem angelorum
Venite adoremus, Venite adoremus,
Venite adoremus, Dominum

Cantet nunc io
Chorus angelorum
Cantet nunc aula caelestium
Gloria, gloria
In excelsis Deo
Venite adoremus, Venite adoremus,
Venite adoremus, Dominum

Ergo qui natus
Die hodierna
Jesu, tibi sit gloria
Patris aeterni
Verbum caro factus
Venite adoremus, Venite adoremus,
Venite adoremus, Dominum.

Vem aí o Natal

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A força da família

Calendário azteca

Para mim, o calendário funciona como uma campainha. Cada dia é um toque a indicar deveres e a avivar memórias. Às vezes, estas sobrepõem-se ao presente como aconteceu hoje.

Lembrança deste dia no ano de 1951 quando o meu avô Francisco, saindo do hospital em Lisboa, regressou a casa para morrer. Era já noite e, embora sendo criança ( ou talvez por isso ) lembro-me bem da confusão vivida nesse momento: a ambulância parada, piscando e os movimentos rápidos e silenciosos dos bombeiros e do enfermeiro de bata branca que segurava um balão de oxigénio...

E, passadas poucas horas, o meu avô falecia na sequência da insuficiência cardíaca que o tinha levado ao internamento no Hospital de Santa Marta. Repetidas vezes, ouvi contar esses momentos finais do meu avô que, pedindo mais oxigénio, recomendava aos filhos que fossem "sempre sérios". Essa preocupação pela honestidade acompanhou-o ao longo de toda a vida e creio que os filhos souberam sempre respeitar o seu pedido.

Gostava muito do meu avô que todos consideravam um homem recto e bondoso. Das histórias que contava pouco recordo, ainda que as conheça de cor, tantas vezes os meus pais e tios as referiram. Pessoa respeitável que nunca precisou de levantar a voz para se impor, embora gostasse muito de conviver.

Quis deixar esta mensagem para que os mais novos saibam alguma coisa do avô, dado que a maioria dos meus primos nasceu já depois da sua morte. Lembrar uma herança que nunca se esgota, a honestidade no trabalho e na palavra: valores mais importantes que uma grande fortuna.

Mais tarde, percebi que o meu avô teve a melhor assistência possível no hospital, onde pontificava um médico famoso, o Professor Eduardo Coelho. À distância do tempo, creio que os recursos actuais da medicina talvez lhe pudessem ter prolongado a vida!

E hoje, quando já passei a idade do meu avô, graças ao crescente aumento da esperança de vida, apetece-me "parar para balanço". Que valores deixo à minha família? Será que soube cumprir a vontade do meu avô? E, por outro lado, que afecto mereço dos mais novos?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Imaculada Conceição

Nossa Senhora da Conceição, Vila Viçosa

O culto a Maria manifesta-se de muitas e diferentes maneiras: canções, santuários, romarias...uma devoção que, desde a Idade a Média, persiste até aos nossos dias.

Em Portugal, quase todos os reis deixaram o seu nome ligado à devoção a Nossa Senhora. O curioso é que, passado poucos dias sobre o dia da Restauração, o feriado de hoje remete igualmente para a memória do Monarca-restaurador.

Data de 25 de Março de 1646, festa da Anunciação, a solene proclamação de Nossa Senhora como padroeira de Portugal, uma cerimónia corporizada na imagem de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa. Com esse acto quis o rei D. João IV entregar o símbolo do poder a Maria, abstendo-se, ele próprio, de ostentar a coroa.

E desde então, o exemplo foi seguido. Todos os monarcas passaram a figurar com a coroa sobre uma mesa, um tamborete ou almofada de veludo. Uma nota para observar em todos os retratos régios.

Natal antecipado

Às vezes a realidade excede as expectativas. Assim aconteceu com a Natália que desembarcou em Portugal no final do Verão, sofrendo de um tumor cerebral que impedia o seu normal desenvolvimento. A operação foi um êxito e, passados cerca de três meses no Porto, a menina pôde regressar a Timor.

A sua chegada teve honras de acontecimento: familiares saudosos e autoridades associaram-se à felicidade da pequenita que, no nosso país, aprendeu a falar Português e a brincar com outras crianças da sua idade. Mas, comprensivelmente, isso não impediu as saudades da sua terra.

Em Maio há-de voltar para exames de controlo, mas até lá é tempo de desfrutar do aconchego da casa, do mimo da mãe, festejando o "milagre" da medicina. Essa foi a melhor prenda de Natal, que todos pediam, e alcançaram...

Para esta família, que as imagens retratam como "gente feliz com lágrimas", quero desejar um bom Natal!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Carta a um homem inteligente...,

A actualidade bancária não pára de surpreender e, eu se eu fosse dada a grandes reflexões, poderia dizer muita coisa. Assim, opto pela escrita de outros, supostamente bem informados e que expõem com clareza os problemas.

Tudo isto para registar o comentário de Nicolau Santos. Passo à transcrição de alguns extractos.


"Carta a um homem inteligente, meticuloso e cuidadoso

Manuel Dias Loureiro é, indiscutivelmente, um homem inteligente, trabalhador e competente. Por isso se tornoui um dos mais importantes militantes do PSD, chegando a secretário-geral dos sociais-democratas. Por iso se tornou um dos pilares do chamado cavaquismo,, exercendo bem os cargos político-ministeriais que ocupou. Por isso, após ter abandonado a política, se tornou num importante homem de negócios de sucesso. Rico no dizer de alguns. Com uma vida confortável, segundo o próprio.

Ninguém consegue uma carreira assim sem ser meticuloso e cuidadoso: no primeiro caso tomando nota de todos os factos que possam vir a ser relevantes para esclarecer o passado ou iluminar o futuro; no segundo escolhendo as companhias que permitam chegar ao topo da montanha.

No caso do Banco Português de Negócios, Dias Loureiro diz certamente a verdade - a sua verdade. Mas há factos que, pelo menos, a contraditam. Vejamos.

(segue-se o desenvolvimento de quatro contradições) (...)

Ora, um homem inteligente, meticuloso e cuidadoso não se dá com pessoas como o senhor Hoyos; muito menos propõe negócios com tais pessoas; e ainda menos em operações através de de zonas "offshore". Dias Loureiro tem, pois, de se esforçar um pouco mais nas explicações para nos provar que merece continuar a ocupar o alto cargo de conselheiro do Estado da República Portuguesa. Ou que passou a ter uma vida confortável, nas suas palavras, exclusivamente como resultado do seu enorme talento e do seu inusitado esforço. Porque como escreveu Pacheco Pereira na "Sábado", "ficar milionário do nada, tornar-se um grande capitão de negócios "ex-nihilo", um superadvogado de grandes negócios, um dono de empresas valendo milhões, isso é impossível com um salário de deputado ou ministro".

Expresso, Caderno de Economia, 29 Novembro 2008


Ottorino Respighi




Pini de Roma, Pinheiros de Roma,poema sinfónico de Ottorino Respighi (1879-1936), obra que nos transporta ao espaço da "cidade eterna": Villa Borghese,Catacumba, Janículo e Via Appia.

Fica um registo para despertar o apetite para mais...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Veneza...


Por estes dias de Outono, que mais parecem de um Inverno rigoroso, Veneza também não escapa aos efeitos do mau tempo.
Na Praça de S. Marcos, transformada num imenso lago em comunicação com novos canais ( "ruas" no resto do ano ), circula-se agora de gôndola...

É o resultado da subida da maré ou "acqua alta" como dirão os italianos. Para registo destas variações climatéricas, fica a notícia.

"Há 30 anos que o nível de água do mar não subia tanto em Veneza. A cidade italiana está em estado de alerta e o centro das marés prevê que durante a tarde desta segunda-feira a água atinja 1,60 acima do normal.

Esta manhã, as principais ruas da cidade estão inundadas e na Praça de São Marcos só se circula de gôndola.

Recorde-se que a pior situação aconteceu em 1966, quando o nível da água chegou aos quase dois metros."


In Internet, TSF

Restauração


Lisboa nos meados do século XVII (época de D. João IV)

Neste dia 1º de Dezembro, feriado nacional, não podia deixar de falar da Restauração. Nesse longínquo 1640, um grupo de "conjurados" fez valer a vontade de romper com a Espanha e recuperar a independência deste pequeno país no extremo mais ocidental da Europa...

Tempos houve em que outros quiseram voltar a uma "União Ibérica", mas valeu o orgulho de um Portugal livre. Outrora, este acontecimento assinalava-se com um desfile dos meninos do Colégio Militar pela Avenida da Liberdade, mas tudo muda e, estando hoje na União Europeia, isso perdeu sentido. Tudo bem, desde que a data não se apague do calendário das festas nacionais.

Só festejamos as vitórias ( nunca as derrotas ) e só destes acontecimentos se faz a memória histórica. Talvez valha a pena reflectir nesta evolução de "acontecimentos comemorativos", muitos dos quais se vão esbatendo: 5 de Outubro e até um outro feriado mais recente, o 25 de Abril.

A propósito destes "festejos vitoriosos" não esqueço o espanto dos espanhóis que, neste dia, perguntavam a causa da invasão de tantos portugueses aos grandes armazéns de Sevilha ou de Badajoz. E com que orgulho, nós portugueses, explicávamos...

Passou-se assim comigo. Foi num dia 1º de Dezembro (não sei de que ano) que conheci Sevilha... muito frio no hotel, apenas compensado pelas compras nos Preciados.